Cão à solta.

Por lei um cão não pode andar à solta sem açaime, no entanto, acho que condicionar um cão constantemente a uma trela não é justo. É preciso dar-lhe liberdade para poder ser cão na sociedade em que vivemos. Por isso quando tenho oportunidade, e encontro uma zona com condições para soltar o Janay, faço-o.

Quem conhece o Janay consegue perceber a diferença nele quando tem uma trela e quando não a tem, percebe-se a alegria e a satisfação com que corre, chega a ser revoltante e chego a pensar que infelizmente vivo na cidade e as cidades não criam condições para as pessoas poderem usufruir dos seus cães em pleno e isso é uma falha que não consigo entender: porque é que não existem parques para cães?!?!? Quando eu desprendo a trela da coleira do Janay, ele começa a correr desalmadamente como se fosse o cão mais feliz do mundo naquele momento, chego-me a emocionar porque é indescrítivel vê-lo solto e em liberdade de movimentos.

Portanto ando sempre à procura de sítios para o soltar e regra geral tenho em atenção a certas coisas:
- Se a zona tem carros;
- Se a zona tem pessoas;
- Se a zona tem objectos no chão que ele possa comer (o Janay já deixou de comer muitas coisas na rua, ou então apanha e acaba por largar, no entanto não confio 100% nele por isso prefiro não arriscar) ou ver se existem objectos que ele possa pisar e que se possa magoar;

- Se a zona tem pinheiros, está na altura da lagarta do pinheiro por isso é preciso ter atenção aos ninhos existentes nas árvores e ver no chão se existem lagartas.

Apesar do que escrevi revolta-me profundamente quem anda nos passeios com os cães ou quem abre a porta das suas vivendas para os cães passarem o dia todo na rua, e fico impressionada com a falta de consciência das pessoas. Um cão pode ser imprevisível, ninguém garante que o seu cão não vá fazer mal a uma pessoa, a uma criança ou a outro cão. Tenho situações em que me vejo rodeada de cães com o triplo do tamanho do Janay completamente impotente e cheia de medo de que alguma coisa aconteça. Mas infelizmente é o mundo me que vivemos, com pessoas pouco inteligentes para as coisas importantes e com uma moralidade fora de série para as banalidades do dia-a-dia.