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domingo, 6 de outubro de 2013

Dicas | Como escolher um cão.

Já há algum tempo escrevi sobre este assunto, no entanto resolvi voltar a ele e reescrever um texto mais simples, mais objectivo e mais esclarecedor. Considero que este tema nunca é demais ser abordado para que as pessoas fiquem devidamente informadas e não cometam erros que mais tarde se podem vir a arrepender. Os casos mais problemáticos são na escolha de um cão de raça, isto porque as pessoas tendem a alimentar os criadores não éticos e que só reproduzem para ganhar dinheiro, enquanto que a escolha de um cão rafeiro pressupõe uma ida a uma associação ou a adopção de um cão a alguém conhecido ou até mesmo a adopção através de um anúncio ou ainda a adopção de um cão abandonado (mas mesmo na escolha de um cão sem raça definida pressupõe alguns cuidados que muita gente não tem em conta - que irei falar mais à frente).
Quando alguém pensa em ter um cão acaba por tomar decisões muito precipitadas, no entanto, não é o mesmo que ir comprar um electrodoméstico que poderá ser trocado ao fim de uma semana caso não se fique satisfeito. Um cão vem com um compromisso moral, uma responsabilidade, é um ser vivo do qual temos total obrigação de cuidar durante toda a sua vida. E isto é um cão. Não come, não passeia, não compra a própria comida, não vai ao veterinário sozinho, ... está inteiramente dependente de nós, é uma responsabilidade desde o minuto em que põe as patas em nossa casa.
Muita gente adopta/compra por impulso, por beleza ou por uma questão de comodidade e nada está mais errado nisso. Nós podemos achar um cão bonito e desenvolvermos o sonho de ter aquele cão mas ele simplesmente não se adapta a nós. No caso de termos que escolher o cão de uma ninhada a maioria das pessoas escolhe o mais bonito, aquele que vem a correr na sua direcção, o mais activo, o que mais pede festas e em nenhum momento tentou perceber se aquele cão é o mais indicado para si. E isto é um conselho tanto para cães sem raça definida como para cães de raça: é importante perceber o temperamento dos cães e perceber realmente se esse temperamento está adequado ao seu estilo de vida, isto é tudo muito mais importante do que a própria beleza de um cão. No caso de cães adoptados numa associação fale com os voluntários, tente perceber qual o temperamento do cão - se é activo ou calmo, destemido ou com alguns medos - tudo isto são questões extramente importantes que irá ditar o sucesso da adopção e mais importante ainda, é crucial escolher um cão que se adapte a si.
No caso de um cão de raça o caso é um pouco mais complicado, isto porque em Portugal e no resto do mundo o negócio de cruzamentos para fins comerciais está a aumentar, os animais são criados em situações deploráveis, sem cuidados na escolha dos reprodutores (falta de condições de higiene, falta de cuidados veterinários, sem garantias de que os cães são saudáveis, sem cuidado na escolha do temperamento, cães fora do estalão da raça, sem registo no Clube Português de Canicultura, etc.). O que é certo é que quando alguém compra um cão numa loja de animais (que nem deveria ser permitido, a meu ver) há aspectos importantes na escolha de um cão que nunca vai conseguir analisar: não irá conseguir ver os pais da ninhada (se estão bem nutridos, saudáveis, se têm papeis de despiste de doenças, se estão registado no Clube de Português de Canicultura, etc.), nunca irá ter o contacto e apoio do criador e tão ou mais importante que isto é a sociabilização, os cães deverão estar com a mãe e os irmãos até às 8 semanas de idade e depois disso é extremamente importante uma sociabilização diária, intensiva e correcta até aos 4 meses de idade (estando um animal numa loja de animais isso não é possível). De uma forma simples e directa: comprar um cão numa loja de animais é um acto de irresponsabilidade e o dono está sujeito a que o cão tenha problemas de saúde, problemas comportamentais e ao fazê-lo ainda estará a contribuir para uma criação muito pouco ética. A realidade é que um criador conceituado e preocupado escolhe os donos para os seus cachorros e nunca os põe à venda numa loja de animais (há que ter isto em consideração).
O papel do criador é apoiar, esclarecer e estar disponível para responder a todas as dúvidas que tenha, deverá explicar desde cedo, ao potencial dono dos seus cachorros, qual o temperamento dos mesmos, quais as características da raça, deverá ter os cachorros registados no Clube Português de Canicultura, todos os despistes feitos de doenças que mais atingem a raça e deverá aconselhar aquele cachorro que mais se adapta ao seu estilo de vida.
Faça uma escolha consciente e informe-se, um cão dará muitas alegrias mas também exige muito trabalho e tenha em consideração que estará presente em muitas etapas diferentes da nossa vida! :)

1 comentário:

  1. Concordo com tudo e é muito importante ter em conta que um cão não é apenas um ser bonito e peludo ao qual fazemos festas e damos miminhos. Um cão não é um robot que faz tudo o que esperamos dele. Um cão é um desafio, ainda maior quando escolhemos uma raça que desconhecemos, apenas pela estética. Um cão de raça, tem características próprias que devem ser conhecidas antes da adopção do mesmo. Porque talvez nos possamos identificar com a beleza do cão, mas desconhecer as suas características pode ser um problema pois podem ser incompatíveis com a nossa forma de viver. Ao escolher um cão de raça indefinida, também há muitos fatores a ter em conta, mas claro que este assunto é extenso. Até ao juntar um cão novo à família, se já tivermos um, devemos ter muita coisa em atenção. O cão atual tem que se sentir bem na presença do novo cão, porque se existirem incompatibilidades, talvez seja melhor escolher outro cão...Mas sobre este assunto é possível ler um texto muito interessante no livro do Cesar Millan, "A Member of the Family" :-)
    Ana Luisa

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